Usado aqui a chamada "falsa-sprezzatura" para tentar traduzir, de uma forma singela, um sentimento de mundo calcado no vir-a-ser. Nadar é o verbo primordial daquele que, vindo do nada, quer ser. Por isso, esta ânsia de buscar saídas, ter um destino ou alcançar um lugar onde possa configurar-se e estabelecer seu mínimo reinado.
O poema é portanto um lance de descrever esta agonia de náufrago do ser que busca e que nada e nada... e nada!
O Poema:
NAUFRAGÂNSIA
Sofre de falta de espaço
Vive buscando um lugar
E nada contra correntes
Tentando não se afogar.
Enxerga certos receios
Que mata, mas ressuscitam...
Tenta por todos os meios
Chegar nalguma saída!
Rumina restos de sonhos
Guardados para mostrar
Se é que há porto onde ir
E, de fato, um dia chegar...
Altair de Oliveira, In: O Lento Alento.
Ilustração: trabalho de Larissa Marques, artista plástica e poeta goiana.
Testando...
ResponderExcluirLindo! Adorei, parabéns, que continue assim, divulgando o sublime, que é nada mais que o amor, falado em versos.
ResponderExcluirGostei de te ler.
beijos.
Emocionante ler um poema e se ver estampada nele!Obrigada por me proporcionar isso, entender como me sinto exatamente.
ResponderExcluirBeijos no coração, poeta lindo
Krmem